HISTÓRIA DA CRIAÇÃO (em versos) “Abelardo Nogueira”
No princípio foi assim:
Nosso Pai Celestial
Criou o Céu e a Terra
Mas, a Terra, por sinal,
Era sem forma e vazia
No seu modo natural.
O Silêncio repousava
Nos tantos abismos seus.
As Trevas, porém, reinavam
Em todos os apogeus
E pairava sobre as águas
O Espírito de Deus.
Faça-se a Luz! Deus falou.
Fizera-se de repente.
Logo Deus ficou contente
E das Trevas separou.
Então Deus determinou:
Trevas sejam noite fria.
Porém, a Luz que irradia,
Parte visível e sã...
HOUVE TARDE E MANHÃ
E FOI O PRIMEIRO DIA.
Seja feito o Firmamento!
Eis que fora sem demora.
Disse Deus: que haja agora,
Entre as águas do relento
Um infindo afastamento.
Assim se fez, todavia,
Deus chamou com alegria
De Céus, qual sublime afã,
HOUVE TARDE E MANHÃ
E FOI O SEGUNDO DIA.
Disse Deus: formem-se os mares
Venha a terra aparecer.
E nela veio a nascer
Relva, Matas e Pomares.
Das espécies, os milhares,
De toda sorte que havia.
Vendo, Deus, a serventia,
Contentou-se em seu divã
HOUVE TARDE E MANHÃ
E FOI O TERCEIRO DIA.
Haja Astros, Deus dissera!
Para os Céus iluminar.
Dos quais, dois pra regular
Dia, Noite, Ano e Era.
Seja o Sol tão grande Esfera
E a Lua tenha magia
Trevas, não terão valia
Sem fulgor é coisa vã
HOUVE TARDE E MANHÃ
EIS QUE FOI O QUARTO DIA.
Encham-se as Águas de vidas
De toda Espécie e tamanhos
Monstros marinhos, estranhos,
Aves sejam concebidas.
E voem sem ter medidas
E na vastidão vazia,
Disse Deus: mesmo sem guia,
Terão sorte cortesã
HOUVE TARDE E MANHÃ
EIS QUE FOI O QUINTO DIA
Disse Deus: tenha animais
Na Terra; haja bonança.
Mansos e sem temperança,
Também, répteis e outros mais.
Fez o Homem, pôs sinais,
Deu poder e autonomia,
Pra dominar toda cria
Que devotou ao seu Clã
HOUVE TARDE E MANHÃ
EIS QUE FOI O SEXTO DIA.
Concluiu Deus, com intento,
O feito da criação
Em seis dias, e viu o quão,
Fora bom o seu invento.
O seguinte, pois, atento,
Santificou-o sem porfia.
Contemplou em harmonia
A sua obra louçã,
HOUVE TARDE E MANHÃ
E FOI O SÉTIMO DIA.
Por : Abelardo Nogueira