Amazônia, patrimônio da vida.

Qual planície se avulta verdejante
Tão distinta tão calma e tão somente,
A mais rica e maior já existente
Todavia, entre todas, importante...
Sua força é tal qual a de um gigante
Com sublimes poderes colossais.
Que perdura do berço e ancestrais
E até hoje é segredo o seu perfil.
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Imponente celeiro de grandezas
O pulmão pelo qual respira o mundo.
Calma fonte a exalar o bem profundo
Arte altiva em esmeras singelezas
Aquarela de cores e nobrezas
Misturadas em tintas naturais.
Pinceladas por traços divinais.
A mais bela das obras que se viu,
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Sua graça, insigne prazer,
As virtudes são tantas e tamanhas.
E renascem no seio das entranhas,
Como um ventre materno a conceber.
Alimentam a sorte de viver,
Dos viventes, distintos vertebrais.
E das formas de vidas anormais,
Existentes de modo tão sombrio,
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Sob o Sol, majestade Sideral,
Pois se aquece no úmido calor.
E goteja-se em face do vapor
Que subindo da imponência caudal.
Faz perder-se na linha horizontal
Entre os pontos circunferenciais.
Latitudes e longitudinais,
Ocupando um imenso corpanzil,
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Situada na linha do Equador
Entre os dois Hemisférios se divide.
Certa força sobre ela, pois, incide,
E tornando sublime o seu valor.
Inerente à chuva e ao calor
É passível de fortes temporais.
Estações definidas, anuais,
Faz enchente e vasão em todo rio,
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Águas turvas, pesadas corredeiras,
Também verdes, azuis e enegrecidas.
Tão profundas e largas, sem medidas,
Entre as margens, encostas e barreiras.
Paranás encravados nas ribeiras
Igapós e afluentes fluviais.
Terra firme, de várzea e canais,
Cada um, forte, mas, não arredio.
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Há fenômenos tais, dos que acontecem,
O encontro de águas diferentes.
Seja em cores ou coisas pertinentes
Densidades ou graus que lhe aquecem.
Grandes lagos ou feitos que merecem,
Verdadeiros e até eventuais.
Elogios de imensos cabedais
Que o saber, arte ou senso contraiu,
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
É a fauna, distinta, rica e bela,
Espalhada por toda imensidão.
Tessituras de grande precisão.
Melodia profunda ou tão singela.
Contrapontos sem ter corruptela
Grave, médio, agudo e muito mais.
Pois, se escuta nas copas e ninhais,
Sinfonia em tom de fino brio
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
As espécies são tantas e, portanto,
A floresta não faz-lhes restrição.
Vivem todas em harmonização
Sem haver prejuízo ou nada, enquanto,
Equilibra-se a vida em todo canto
Cada ser tem funções primordiais
Clorofila, bioma e animais,
Bem convivem num ato tão bravio
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Grandes rios compõem a Bacia,
De água doce maior que o mundo tem.
Correntezas que buscam ir além,
Ultrapassam o Estreito e a Baía.
Calmos ventos encontram maresia
E na foz, o Oceano dá sinais.
Que se veem nas forças naturais,
Pororoca avançando em desvario,
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Quem vislumbra do alto se fascina
Com cenários e coisas tão bacanas.
Tem o Arquipélago de Anavilhanas.
Marajó, quão graciosa e bubalina.
Boa parte da América Latina,
No Brasil, tem razões especiais.
Lendas, mitos e histórias imortais,
Desvendar é constante desafio,
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Quem por sorte conhece a região
O verdor que margeia o Rio mar.
Quem provou do enlevo de gostar,
Satisfeito, encheu-se de emoção.
Certamente cativo, viu o quão,
São perfeitas as obras naturais.
Convenceu-se que a vida vale mais
Quando intensa, é vivida sem vazio.
Amazônia, um pedaço do brasil,
De costumes e dotes tropicais.
Autor : Abelardo Nogueira